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Terminado o Programa de Assistência Económica e
Financeira, apesar dos progressos registados emvárias
frentes, são evidentes as dificuldades emconseguir um
crescimentomais robusto da economia que crie empre-
go qualificado, dinamize aindamais o sector exportador
de bens e serviços e permita iniciar uma trajectória
sustentada de diminuição da dívida pública.
Como consequência das tendências demográficas
desfavoráveis, da formação insuficiente, da baixa pro-
dutividade dos factores e, principalmente, da falta de
investimento das empresas (limitadas no acesso ao
crédito pelo excesso de endividamento), o FMI antecipa
que o ritmo de expansão do PIB estabilize no médio
prazo em torno de 1,5%por ano, valor manifestamente
insuficiente para permitir a aproximação ao nível de vida
vigente nas economias europeias mais desenvolvidas.
Neste contexto é necessário aumentar o investimento e
continuar as reformas estruturais em todos os sectores
da sociedade, de forma a aumentar a capacidade de
gerar riqueza através da dinamização da actividade
económica: não apenas nos sectores tradicionais, mas
tambémemáreas demaior valor acrescentado, fomen-
tando a inovação e a competitividade.
Sem políticas activas de desenvolvimento económico
e demais emelhor formação, a economia não crescerá
de molde a que os jovens e os melhores quadros não
tenham de continuar a partir em busca de trabalho e
de realização.
Situação em Espanha
A economia espanhola teve um bom desempenho em
2014, com o PIB a crescer 1,4%. O ritmo de expansão
da actividade económica acelerou no último trimestre
de 2014, com o reforço do contributo do consumo pri-
vado, sendo previsível que a retoma se consolide nos
próximos trimestres.
Estamelhoria tempor base o aumento do rendimento
disponível das famílias, consequência da criação de em-
prego, do aumento moderado dos preços e da recupe-
ração da confiança dos agentes económicos, traduzido
num crescimento de dois dígitos nas vendas a retalho
e de automóveis e, do lado da oferta, no aumento da
taxa de utilização da capacidade instalada para o nível
mais alto dos últimos seis anos.
Omercado de trabalho espanhol temvindo amelhorar
consideravelmente, coma taxa desemprego a situar-se
em 24,4% (menos 2,3 pontos percentuais do que em
2013, o que representa menos 326 mil desemprega-
dos), devido à recuperação da actividade produtiva, à
moderação salarial e aos efeitos favoráveis da Reforma
Laboral.
A economia deverá continuar a crescer a um ritmo su-
perior àmédia europeia, estimando-se umcrescimento
de 1,8% e 1,9% em 2015 e 2016, respectivamente, su-
portado pelo incremento do emprego e pelasmelhores
condições de financiamento.
O consumo privado deverá aumentar 2,5% em 2015 e
2,0%em2016, impulsionado pelamelhoria sustentada
do mercado de trabalho.
Prevê-se que o investimento cresça 3,0% em 2015 e
3,5% em 2016, estimulado pelo aumento da procura
doméstica e pelo crescimento esperado das exporta-
ções (5,8% em 2015 e 5,5% em 2016).
Situação em Angola
As previsões do FMI apontam para uma desaceleração
do crescimento económico em 2014, com o PIB a cres-
cer 3,9%, por efeito do abrandamento do sector não
petrolífero emenores receitas da actividade petrolífera.
O ano de 2015 será marcado por importantes desafios
para a economia angolana em resultado da queda do
preço do petróleo nos mercados internacionais.
No Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, o go-
verno angolano assumiu uma política expansionista,
comumdéfice de 7,6%do PIB, pressupondo umpreço
do barril de petróleo de USD 81.
Noentanto, aquedadopreçodamatéria-primaobrigouà
alteraçãodospressupostosdoOGEeàelaboraçãodeum
OrçamentoRectificativopara2015que revêembaixaapre-
visão do preço do barril, fixando-o emUSD 40. De acordo
como Ministério das Finanças Angolano, estima-se uma
perda de receitas fiscais no total de USD 14 mil milhões.