RELATÓRIO E CONTAS 2016
Situação em Angola
Depois de um crescimento económico modesto de cerca de 0,9% em 2015,
as previsões do FMI apontam para um cenário de estagnação no ano de
2016, com uma contração de 0,5% do sector não petrolífero, por efeito
do fraco desempenho dos setores da construção, dos serviços e do setor
industrial, que vê limitado o potencial de substituição das importações de
bens pela escassez de matérias-primas importadas, devido à disponibilida-
de limitada de divisas.
A inflação anual deverá ter atingido 42% no final de 2016, refletindo a su-
bida dos preços dos combustíveis e a desvalorização acentuada do Kwanza.
A situação económico-financeira atual é consequência direta da redução do
preço do petróleo iniciada em meados de 2014 o qual, ao reduzir de forma
considerável as receitas fiscais e as exportações, acelerou a desvalorização
da moeda e o aumento da inflação e obrigou a travar a fundo o crescimen-
to, nomeadamente o investimento público.
É absolutamente prioritário para o futuro de Angola conseguir dar passos
firmes para alterar a dependência excessiva do setor petrolífero, através
de programas sustentados de diversificação dos setores económicos, com
especial ênfase para a agricultura, indústria, reduzindo as vulnerabilidades
estruturais da economia.
As perspetivas para 2017 são um pouco mais animadoras. A Assembleia
Nacional aprovou um orçamento moderadamente expansionista, contem-
plando um aumento do investimento em infraestruturas sem no entanto
descurar o rigor orçamental no combate à despesa e ao desperdício não
produtivos. No setor petrolífero assiste-se a alguma recuperação do preço
médio do barril e a uma ligeira descida na produção diária, em linha com
a estratégia definida pela OPEP.
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