Portugal é um dos países da Europa em que a restau-
ração mais contribui para o emprego e para economia.
Ao decidir agravar a taxa de IVA aplicada ao sector de
13 para 23%, num ambiente de retracção da procura
interna, as autoridades sabiam que os operadores não
poderiam aumentar os seus preços de venda por forma
a manter as suas margens, que a procura continuaria a
diminuir, pelo que era inevitável o encerramento e re-
dução de actividade de muitos restaurantes, o que iria
determinar um significativo acréscimo do desemprego
no sector e o incremento da economia paralela.
Actualmente a taxa praticada pelo sector tem apenas
a companhia dos congéneres da Grécia e da Roménia.
Na França e na Suécia, com o objectivo de criar novos
postos de trabalho, houve um movimento de sentido
inverso traduzido num a redução substancial da taxa
aplicável às operações do sector.
Lamentavelmente os nossos governantes vão desvalo-
rizando as consequências nefastas das alterações que
decidiram implementar, sem se preocuparem em per-
cebê-las, medi-las e alterar a lei.
A forte retracção da procura, que estimamos em 15%,
determinou que no termo do exercício, empregásse-
mos 3727 colaboradores em Portugal, número seme-
lhante ao do exercício de 2004. Ou seja, uma regressão
de oito anos no processo de criação de emprego que
sempre nos norteou, em resultado do decréscimo do
número de unidades e da necessidade de estabelecer
novos equilíbrios nas operações. Registamos, ainda, o
decréscimo significativo nas saídas voluntárias de tra-
balhadores e a necessidade de eliminar ou reduzir a
componente variável das remunerações, do que resul-
tou uma diminuição dos salários.
Neste contexto de grande insensibilidade política à
relevância do sector para Portugal, vemo-nos compe-
lidos a reinventar todos os dias o modo como opera-
mos para garantir um Grupo coeso e com uma visão
de futuro. Procurando satisfazer a procura, temos
feito um enorme esforço para ir ao encontro das ne-
cessidades dos portugueses, acompanhando os seus
esforços neste período de austeridade. Podemos mes-
mo afirmar que essa foi a nossa primeira e principal
missão em 2012.
No Grupo Ibersol tudo o que se faz tem um propósi-
to, uma razão e um objectivo, assim o tenham também
os sacrifícios que a política económica e financeira tem
imposto aos portugueses, que não se pode esgotar na
capacidade de captar recursos financeiros através do
regresso aos mercados.
Acreditamos em Portugal, acreditamos nos portugue-
ses e na sua força criadora que se evidencia por todo
o mundo. Resta ao Estado e às instituições nacionais e
MENSAGEM DO PRESIDENTE DO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
RELATÓRIO DE GESTÃO
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