quência directa da enorme redução da procura interna
(superior a 7%).
Apesar do contributo positivo das exportações, que ate-
nuou uma redução ainda mais pronunciada da activi-
dade económica, a queda abrupta do consumo privado
(-5,5%), do consumo público (-4,5%) e do Investimento
(-15,5%) precipitaram o país na maior recessão desde
1975.
Em 2013 vai continuar o processo de ajustamento da
economia portuguesa, estimando-se uma queda do
produto na ordem de 2,2%.
O esforço de consolidação orçamental vai prosseguir,
sobretudo pela via da receita, com agravamento da tri-
butação dos rendimentos das famílias.
A políticas de austeridade conjugada com a quase au-
sência de investimento público e privado, vão continuar
a condicionar decisivamente a actividade económica e
a aumentar o nível de desemprego, que deverá aumen-
tar significativamente, fazendo engrossar o contingente
das famílias que vivem abaixo do limiar da pobreza.
O regresso aos mercados financeiros de emissão de dí-
vida, já em 2013, foi um facto positivo que poderá con-
tribuir para a redução dos custos de financiamento do
sector produtivo. Todavia o cenário macroeconómico
continua muito frágil.
Situação em Espanha
Em 2012 a economia espanhola regressou a um cená-
rio recessivo, com o PIB a reduzir 1,3%, admitindo-se
que em 2013 o ritmo da contracção possa acelerar para
1,6%, com o ponto mais baixo do ciclo económico a ser
atingido no primeiro trimestre.
Não se confirmaram as expectativas iniciais de um cres-
cimento moderado da actividade económica em 2012,
fundamentalmente devido ao comportamento negativo
de todas as componentes da procura interna.
Os cortes nos subsídios de Natal dos funcionários pú-
blicos, reduzindo o rendimento das famílias, o aumento
do IVA e o agravamento do desemprego, contribuíram
para a redução do consumo.
A necessidade de redução do défice do Estado obrigou
ao corte na despesa pública, tendo a diminuição da pro-
RELATÓRIO E CONTAS 2012
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