103
RELATÓRIO E CONTAS 2012
está essencialmente presente no mercado ibérico. Os
empréstimos bancários estão sobretudo denominados
em euros e o volume de compras, fora da zona Euro,
não assume proporções relevantes. De igual modo as
compras e o financiamento externo das subsidiárias
angolanas (dado que uma parte substancial dos activos
estão cobertos com fundos próprios) ainda têm pouca
expressão.
No que respeita a futuros financiamentos fora da zona
Euro o grupo prosseguirá uma politica de cobertura na-
tural recorrendo a financiamentos emmoeda local sem-
pre que as condições de taxa de juro o recomendem.
O aumento da actividade em Angola traduzir-se-á num
aumento do risco de cambio, que afectará o valor dos
activos e passivos.
b) Risco de taxa de Juro
Como o grupo não tem activos remunerados com juros
significativos, o lucro e os fluxos de caixa da actividade
de financiamento são substancialmente independentes
das alterações da taxa de juro de mercado.
O risco da taxa de juro do Grupo advém do passivo no-
meadamente de empréstimos obtidos de longo prazo.
Empréstimos emitidos com taxas fixas expõem o Grupo
ao risco do justo valor associado à taxa de juro. Com o
actual nível das taxas de juro, a política do grupo é, em
financiamentos de maior maturidade, proceder à fixa-
ção total ou parcial das taxas de juro.
A Ibersol recorreu a operações de cobertura do risco
taxa de juro para 40% dos empréstimos obtidos. Em vir-
tude da política de liquidez seguida nos últimos exercí-
cios e das disponibilidades representarem cerca de 35%
do passivo remunerado pelo que se entende ser reduzi-
da a exposição ao risco de taxa de juro.
c) Risco de crédito
A principal actividade do Grupo é feito com vendas pa-
gas a dinheiro ou cartão de débito/crédito, logo o Grupo
não tem concentrações de risco de crédito relevantes.
Contudo, com o aumento das vendas do negócio de ca-
tering, com uma parte significativa de vendas a crédito,o
Grupo passou a monitorizar de forma mais regular as
contas a receber com o objectivo de:
i) limitar o crédito concedido a clientes
ii) analisar com as operações a antiguidade e recu-
perabilidade dos valores a receber
iii) analisar o perfil de risco dos clientes.
d) Risco de liquidez
Como já referido a actual situação dos mercados fi-
nanceiros veio dar uma maior relevância ao risco de
liquidez. O planeamento financeiro sistemático com
base na previsão de
cash flows
em mais que um cená-
rio e para períodos mais longos que um ano tornou-
-se uma exigência no Grupo. A tesouraria de curto
prazo é feita com base no planeamento anual que é
revisto trimestralmente e ajustado diariamente. Rela-
cionado com a dinâmica dos negócios subjacentes, a
Tesouraria do Grupo tem vindo a efectuar uma gestão
flexível do papel comercial e a negociação de linhas
de crédito disponíveis a todo o momento. A política
de diálogo aberto com todos os parceiros financeiros
tem permitido manter uma relação com elevado grau
de confiança, apesar das restrições de liquidez com
que vem debatendo a Banca portuguesa. O Grupo em
detrimento do custo privilegiou o risco de liquidez e
tem vindo a reforçar os financiamentos de médio e
longo prazo que resultaram em substituição de linhas
de curto prazo ficando com alguns excedentes para
a constituição de aplicações. A gestão do risco de li-
quidez passa também pela manutenção dum confor-
tável nível de disponibilidades. O Grupo terminou o
exercício com cerca de 26 milhões de euros em dis-
ponibilidades, dos quais 19 milhões em depósitos a
prazo que representam cerca de 35% do passivo re-
munerado. Porém, a redução do risco de liquidez faz
incrementar o risco de aplicação dos excedentes de
tesouraria.